Pages

Subscribe:

Aviões acordam micareta



Lisboa 01/08/2007 Carlos Kotty (Fonte O Povo)

Aviões acordam micareta



"Tome, tome, tome, tome amor sua danadinha". Foi só Alexandre Silva, vocalista da banda Aviões do Forró, anunciar os primeiros versos da música que os foliões espalhados pela Cidade Fortal correram para o trio elétrico. Ao lado de Solange Almeida, o cantor abriu, ontem (26), com bloco alternativo Aviões Elétricos, a primeira noite Fortal 2007. Por volta das 21h10, a banda começou a arrastar uma multidão de pessoas que não larga o forró nem mesmo quando a festa é tradicional do axé baiano. Fortal reuniu, em sua primeira noite, cerca de 80 mil pessoas segundo a organização do evento e cerca de 45 mil pessoas segundo a Polícia Militar. Antes do Aviões, a banda Capilé esquentava a noite dos poucos foliões presentes às 19h30. A festa contou ainda com o Nana Banana, puxado pela banda Chiclete com Banana, apresentação do cantor Ricardo Chaves e da atração local Miguelzão e Banda de Migué nos diversos espaços do evento.

Atrás do trio, as pessoas capricharam no visual. Além das blusas customizadas, miçangas, máscaras, chapéus, fantasias de diabinho, coelhinho, tranças, tudo foi válido para ficar diferente e dava à festa um clima de carnaval.


Os fãs aprovaram as misturas que o grupo Aviões do Forró fizeram em seu show. A banda uniu sucessos de seus cinco anos de carreira com canções velhas conhecidas do público, como Chorando se foi, do Koana, e Pintura Íntima, do Kid Abelha. "Eu adoro forró e o show do aviões é sempre muito animado, nunca um é igual ao outro", diz o enfermeiro Daniel Veras, 30, que pulou no bloco Aviões Elétrico junto à namorada, a advogada Andréa Carvalho. "É a primeira vez que eu venho e está melhor que eu esperava", conta ela.

A banda Chiclete com Banana não frustrou quem já esperava a costumeira simpatia e energia do cantor Bel Marques. Ele puxou a banda com um repertório sem muitas novidades, mas quando o assunto é a folia, o convencional já estava de bom tamanho.

Antes do show da banda Chiclete com Banana, aliás, a expectativa era grande. Enquanto os foliões se concentravam perto do bloco, Helenice Pereira Silva, 39, escolhia do lado de lá da corda o melhor lugar para, de seu modo, também aproveitar a festa. A dona de casa recebeu R$ 19,00 para trabalhar no apoio ao bloco Nana Banana, segurando a corda e controlando a entrada e saída de pessoas com abadas. "É a primeira vez que eu venho, mas vai dar para aproveitar a festa sim", conta animada, ela que veio do bairro Bom Jardim junto a outras 100 pessoas do bairro contratadas para segurar a corda. A amiga Marlene Tavares, de 50 anos, vem ao Fortal pelo segundo ano e garante que a noite é de animação até mesmo para quem trabalha. "Festa de graça e você ainda ganha um dinheirinho, tem coisa melhor?". E puxar essa corda cheia de fuliões não cansa, dona Marlene? "Cansa nada! Amanhã estou de novo com todo o gás".